segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O Nível de Fantasia

É a única regra subjetiva do jogo, a base do sistema, a que comanda todas as demais regras. É uma forma de controle imposta pelo mestre como num jogo eletrônico com tudo tendo sua hora e local para acontecer ou como na organização das cenas de um filme, constituído de protagonistas, antagonistas, coadjuvantes, figurantes etc.

O Nível de Fantasia parte de dois extremos: a nossa Vida Real (fora do RPG onde nós acordamos, comemos, estudamos, trabalhamos, divertimo-nos etc) e a total Ilusão da Fantasia (onde a linguagem figurada ganha vida dentro de um ambiente de RPG). Em teoria isto estabelece que todos os elementos dentro de um cenário de RPG são como peças num tabuleiro e perfeitamente organizadas em seus distintos níveis.

Imaginemos um grande labirinto com portas, armadilhas e peças-chaves. Cada sessão do labirinto contem seus mistérios, segredos que levam a desvendar de que modo a porta se abrirá. Não há como você ir em busca de ajuda na próxima sessão, sendo que a porta que o conduz até lá está trancada. Todas as respostas para abrir a porta se encontram na sessão que você está e não há como nem destruir a porta diante de ti, tentando assim burlar o sistema. Também há armadilhas evitando que você quebre as regras, e ao violá-las, acabará caindo na armadilha retornando para sessão anterior e fechando a próxima.

Neste caso descobre-se que todo o cenário que consiste no desafio do jogador, todos os objetos e tempo de cada cena, estão fundamentados em um processo de níveis. Mas se apenas houvesse o cenário organizado desta forma seria uma grande desvantagem para o jogador, por isto há uma regra especifica do Nível de Fantasia para cada personagem do jogo, diferenciando-o do cenário.

O Nível de Fantasia organiza todos os elementos do jogo através de níveis, dotando-os de privilégios especiais. Mas também qualifica o jogador com vantagens para ele superar as limitações impostas pela narração do dia e pelos desafios.

Há três escalas do Nível de Fantasia, em ordem decrescente: 1ª as que definem todo cenário da “Narração do Dia” (ou dimensões ou regiões); 2ª as que controlam planos, dimensões e cenários de acordo com os desafios de cada jogador (que se alteram segundo os rumos do jogo) e a 3ª os níveis que define cada personagem, como peças num tabuleiro, em sua posição exata dentro da trama do jogo e também de forma hierárquica.

Níveis específicos para cada um dos três: “Narração do Dia e Cenários”, “Dimensões” e “Personagens”. <==Individuo

O Nivel de Fantasia é definido em pontos que vão de 0 (zero) a 10 (dez), como em camadas, em forma de véus ocultando a verdade dos níveis mais superiores dos mais inferiores.

Regras e Definições de Pontos:

Narração do Dia e Cenários:

Todos os cenários da narração do dia ou dimensões inteiras ou conjuntos de cenas em lugares específicos do jogo estarão sendo influenciados pelo Nível de Fantasia.

A Historia Principal conduzirá os jogadores dentro de uma ambientação especifica para aquele dia com o intuito de demonstrar de forma concreta figuras de linguagem e termos filosóficos ou psicológicos alterando completamente o cenário do jogo, dentro da temática oferecida pelo mestre.

Pontuação da Narração do Dia e de Cenários Específicos
0
Todos os fatos se baseariam na Vida Real, onde a ciência e as leis humanas imperariam.
1
Neste nível há uma mescla entre mito e realidade. A ciência e o sobrenatural andarão juntos dentro de um consenso paracientífico. Todos os fatos sobrenaturais passariam por uma rigorosa analise da ciência. Neste ponto as teorias de conspiração são bem vindas, assim como sociedades secretas e seres sobrenaturais que lutam pela justiça ou em prol da destruição.
2
O sobrenatural e o mundo da magia dominariam pontos específicos dentro do jogo. Equilibrando a historia com fatos ligados a realidade e a espiritualidade. Criaturas e seres de outras dimensões surgiriam em lugares controlados por regras, para assim não gerarem caos e distorções no mundo dos adormecidos (seres não despertos para o mundo da magia). As leis da física controlam apenas os efeitos ligados a magia e não as origens e as manifestações das mesmas.
3
É o nível normal de fantasia. Onde animais poderão raciocinar, falar e organizarem-se de forma civilizada. Haveria aparições de elementais, seres fantásticos, raças míticas (que antes podiam aparecer apenas em seus devidos planos) e ações que desafiariam as leis da física através da magia. Os Poderes poderiam ser manifestados livremente no Mundo Físico sem gerarem perturbações nos adormecidos (com limitação nos efeitos de acordo com cada ser, mas alteraria drasticamente a dimensão [de acordo com o nível de cada Poder e a força de cada Grau]). Nota importante: estes seres fantásticos são permitidos no Mundo Físico por leis que elevam o estado espiritual de todos os seres do planeta ou não seriam aceitas suas manifestações.
4
Transformações e metamorfoses só seriam permitidas quando não houver perda de coerência com os fatos do jogo. Os Senhores das Trevas e Os Deuses dos Planos Superiores poderiam se manifestar no Mundo Físico em suas formas reais sem alterarem completamente toda estrutura da dimensão (pois antes as Leis que regem os Cosmos impediriam a isto [mas ainda são submetidos à dimensão que eles chegam]). A morte do personagem (perda do personagem em sua atual reencarnação) só seria permitida perante um julgamento ou diante de fatos especiais para provar sua honra e coragem (com o sucesso nos eventos o personagem retornaria a vida). Poderes e magias possuiriam ação livre no Mundo Físico, sem tormento imediato nas leis que a regem (as conseqüências surgiriam futuramente no mundo), com efeitos distintos dos poderes em objetos, organismos, fenômenos da natureza etc.
5
Neste ponto as leis do mundo físico passariam a se confundir. Pedras, plantas e objetos poderiam falar, andar e se comportariam como seres racionais (como num desenho animado). A lei que dominaria seria da “Eterna Transformação da Natureza”, onde todos os seres seriam interpretados contendo uma semi-imortalidade (seria fácil haver metamorfoses de humanos em animais, mesclas com outras raças ou mortes de personagens convertidas em estágios de evolução ou involução de outras raças). O personagem apenas morreria em casos extremos (morte está que promoveria a criação de uma nova ficha). Poderes e magias competiriam juntamente com ações normais, tendo em certos momentos à razão, à honra, à fé, à coragem e à força de vontade mais fortes que qualquer magia.
6
Haveria manifestações de dimensões uma nas outras sem a violação das leis e das limitações que as regem (como óleo e água, não se misturam e não trocam entre si os elementos, mas podem conviver juntos). Se o personagem viesse a se transformar em uma abelha, seriam como elas, pois estaria submetido às leis que reinam o mundo das abelhas (mas não perderia a razão pelo instinto e nem mudaria a personalidade). Humanos e peixes conviveriam juntos no mesmo plano, mas os peixes se moveriam pelo ar em suas bolhas de água ou os humanos em suas bolhas de oxigênio (estas limitações seriam anuladas apenas com magia). Cenários de natureza celestial ou de pesadelos cheios de trevas invadiriam o Mundo Físico, mas sem dominar a dimensão invadida. Os seres ainda seriam semi-imortais (como na regra do ponto anterior). O Mundo da Magia ganharia maior amplitude em suas manifestações em outras dimensões, simultaneamente, mas estaria submetido a desafios ainda maiores através da individualidade exteriorizada dos seres de cada dimensão.
7
Aqui as dimensões se mesclariam, sem obedecer à limitação e as leis entre os planos. A partir deste ponto todos os personagens passariam a ser imortais (a morte [simbólica] seria interpretada como uma forma de transição entre um plano a outro ou como uma forma de metamorfose para formas mais inferiores ou formas especiais que demonstram a potência da alma do personagem). Haveria com facilidade peixes voando, exércitos humanos lutando debaixo do mar sem perderem o fôlego e sem se molharem, cidades e pessoas sendo moldadas pela fumaça ou pela areia e aventuras dentro do corpo de alguém como se fosse do lado de fora. Não haveria diferenças entre o grande e o pequeno ou entre os seres terrestres e os aéreos, a dualidade das coisas perderia o sentido. Poderes e magias teriam ações extremamente significativas no mundo, mesmo os mais fracos moldariam as coisas como se estivesse soprando sobre bolhas de sabão. Mas sentimentos, temores, felicidades, pensamentos, perturbações se exteriorizariam em fatos concretos, não propositalmente, mas sim como um ato natural de todas as coisas (este seria um grande desafio para o mundo da magia ou para identificação de quem seria seu adversário entre as manifestações mentais/emocionais dele).
8
No nível anterior os pensamentos e sentimentos eram passivos entre os seres comuns, agora eles são tão efetivos quanto qualquer magia ou poder (tendo ação voluntaria de quem os controlassem através da ira, vingança, alucinações, devaneios, medo, alegria e etc). A criatura estaria apenas restrita dento da região que poderia atuar/criar/imaginar (casa, cidade, países ou continentes [dependendo da força do Gr.Mental, quanto mais pontos maior o raio de ação]). Suponha-se que seres de maior poder mental sobreviveria num ambiente destes. Durante a narração não haveria explicação exata se os seres que participariam da aventura estariam vivos ou mortos, acordados ou sonhando, se estariam enfrentando inimigos ou ilusões. Mesmo que a mente de todas as criaturas distinguisse o limite do campo de sua atuação, dentro deste alcance a imaginação não haveria limites e os participantes de uma aventura tão surreal dependeriam do Gr.Mental de cada um e do Nível de Fantasia que os representassem (alem de todos os elementos da ficha também ter seu papel, mas dentro do limite estimulado do cenário criado a cada momento). A aventura ocorreria dentro de mundos restritos, como bolhas espalhadas em todos os lugares que se vá, cada uma com suas próprias regras, cenários, desafios; controlados individualmente ou coletivamente por todos os seres do planeta, ao mesmo tempo. Por exemplo: se um personagem caísse em queda livre ao lado de um prédio e o mesmo estivesse lotado de pessoas, a cada andar que ele passaria entraria num mundo diferente, até alcançar o solo (ou no primeiro mundo que invadisse ali ele ficaria, por causa que permaneceria restrito dentro do universo de alguém sonhando ou pensando ou imaginando etc). Nota importante: este é o último nível onde a ficha teria algum significado, o seu uso e o ganho de pontos, mas estaria restrito dentro do mundo de cada individuo do planeta (as regras do jogo não permitem jogadores ganharem méritos na ficha apenas com a força do pensamento, através da imaginação).
9
Os pensamentos e os sentimentos moldariam o mundo. O espaço e o tempo perderiam sentido de coesão. Não haveria mais limites para o Mundo da Magia, nem no Mundo das Emoções e nem no Mundo da Mente. Uma gota d´agua do outro lado do planeta teria poder suficiente de provocar um dilúvio. O personagem poderia levar um golpe e ele se dividiria em centenas de pedaços, como cacos de vidros, cada uma das novas partes dele seriam suas copias em miniaturas. Ao cair num buraco à queda seria infinita ou atravessaria o planeta, saindo do outro lado ileso. O planeta poderia ser uma fruta e uma grande faca o cortaria dividindo-o em dois, não alterando em nada em sua constituição. O sistema solar poderia ser uma grande mesa de sinuca e os planetas as bolas. Este é um cenário sem limites, onde só haveria motivo de interpretá-lo num jogo de RPG com intuito simbólico (a ficha do jogador possuiria ação mínima ou perderia sentido em usá-la).
10
Caos total... O Impossível aqui habita. Onde o Tudo e o Nada se encontram e o Começo e o Fim convivem juntos. Personagens, fichas, regras, dados não possuiriam significado algum. Nem a historia da campanha existe neste caos. Neste caso qualquer manifestação do personagem ou alteração da ficha não possuiria significado algum e nem seria valido o uso de seus pontos. (A narração seria uma repetição eterna de eventos ou uma brincadeira de jogo de palavras com um contesto sem fim).

Exemplo de narração do Caos: ...um duende sorriu dizendo “PUFF” e todos no universo declararam guerra. Alguém escreveu uma palavra impronunciável no solo e as suas letras voaram pelo céu, proclamando paz no aquário (que antes era o universo). Uma criança começou a chorar e um pequeno Sol nasceu de seu bolso, até a Lua esboçou um sorriso ao ouvir os gritos do parto. Desistindo de brincar, a criança catou todos os seus brinquedos e em seguida desceu com a sua bicicleta a colina de papel higiênico. Mas no céu um gigante estava brincando com a ave Fênix e uma das suas penas adentrou em sua narina, com um espirro o titã escorregou destruindo a bicicleta da criança fazendo-a cair com o rosto na lama, diante dele um duende sorriu dizendo “PUFF” e todos no universo declararam guerra...

...isto não haveria fim...

Todas as regras do jogo estão fundamentadas no Nível de Fantasia 3 – Narração do Dia e Cenários – as oscilações dos níveis desta regra alteram severamente a composição das regras do jogo modificando danos, raças, composições orgânicas, formas materiais e espirituais, dentre outros.

Segue adiante um claro exemplo de uma cidade sendo submetida ao Nível de Fantasia dentro do campo metafórico:










(EM CONSTRUÇÃO)

Um comentário:

  1. Gostei, primeira vez que vejo isso em grau, nota-se a clara evidencia de uma hierarquia ao próximo da realidade.

    vlW (y)'/§\ Thay.Narrador

    ResponderExcluir