É a única regra
subjetiva do jogo, a base do sistema, a que comanda todas as demais regras. É
uma forma de controle imposta pelo mestre como num jogo eletrônico com tudo
tendo sua hora e local para acontecer ou como na organização das cenas de um
filme, constituído de protagonistas, antagonistas, coadjuvantes, figurantes
etc.
O Nível de Fantasia
parte de dois extremos: a nossa Vida Real (fora do RPG onde nós acordamos,
comemos, estudamos, trabalhamos, divertimo-nos etc) e a
total Ilusão da Fantasia (onde a linguagem figurada ganha vida dentro de um
ambiente de RPG). Em teoria isto
estabelece que todos os elementos dentro de um cenário de RPG são como peças
num tabuleiro e perfeitamente organizadas em seus distintos níveis.
Imaginemos um grande
labirinto com portas, armadilhas e peças-chaves. Cada sessão do labirinto
contem seus mistérios, segredos que levam a desvendar de que modo a porta se
abrirá. Não há como você ir em busca de ajuda na próxima sessão, sendo que a
porta que o conduz até lá está trancada. Todas as respostas para abrir a porta
se encontram na sessão que você está e não há como nem destruir a porta diante
de ti, tentando assim burlar o sistema. Também há armadilhas evitando que você
quebre as regras, e ao violá-las, acabará caindo na armadilha retornando para
sessão anterior e fechando a próxima.
Neste caso
descobre-se que todo o cenário que consiste no desafio do jogador, todos os
objetos e tempo de cada cena, estão fundamentados em um processo de níveis. Mas
se apenas houvesse o cenário organizado desta forma seria uma grande
desvantagem para o jogador, por isto há uma regra especifica do Nível de
Fantasia para cada personagem do jogo, diferenciando-o do cenário.
O Nível de Fantasia
organiza todos os elementos do jogo através de níveis, dotando-os de
privilégios especiais. Mas também qualifica o jogador com vantagens para ele
superar as limitações impostas pela narração do dia e pelos desafios.
Há três escalas do
Nível de Fantasia, em ordem decrescente: 1ª as que definem todo cenário da
“Narração do Dia” (ou
dimensões ou regiões); 2ª as que
controlam planos, dimensões e cenários de acordo com os desafios de cada
jogador (que
se alteram segundo os rumos do jogo) e a 3ª os níveis
que define cada personagem, como peças num tabuleiro, em sua posição exata
dentro da trama do jogo e também de forma hierárquica.
Níveis específicos
para cada um dos três: “Narração do Dia e Cenários”, “Dimensões” e
“Personagens”. <==Individuo
O Nivel de Fantasia é
definido em pontos que vão de 0 (zero) a 10 (dez), como em camadas, em forma de
véus ocultando a verdade dos níveis mais superiores dos mais inferiores.
Regras e Definições
de Pontos:
Narração do Dia e Cenários:
Todos os cenários da
narração do dia ou dimensões inteiras ou conjuntos de cenas em lugares
específicos do jogo estarão sendo influenciados pelo Nível de Fantasia.
A Historia Principal
conduzirá os jogadores dentro de uma ambientação especifica para aquele dia com
o intuito de demonstrar de forma concreta figuras de linguagem e termos
filosóficos ou psicológicos alterando completamente o cenário do jogo, dentro
da temática oferecida pelo mestre.
Pontuação da Narração do Dia e de
Cenários Específicos
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0
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Todos os fatos se baseariam na Vida Real,
onde a ciência e as leis humanas imperariam.
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1
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Neste nível há uma mescla entre mito e realidade.
A ciência e o sobrenatural andarão juntos dentro de um consenso
paracientífico. Todos os fatos sobrenaturais passariam por uma rigorosa
analise da ciência. Neste ponto as teorias de conspiração são bem vindas,
assim como sociedades secretas e seres sobrenaturais que lutam pela justiça
ou em prol da destruição.
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2
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O sobrenatural e o mundo da magia dominariam
pontos específicos dentro do jogo. Equilibrando a historia com fatos ligados
a realidade e a espiritualidade. Criaturas e seres de outras dimensões surgiriam
em lugares controlados por regras, para assim não gerarem caos e distorções
no mundo dos adormecidos (seres não
despertos para o mundo da magia). As leis da física controlam apenas os
efeitos ligados a magia e não as origens e as manifestações das mesmas.
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3
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É o nível normal de fantasia. Onde animais poderão raciocinar, falar e
organizarem-se de forma civilizada. Haveria aparições de elementais, seres
fantásticos, raças míticas (que antes
podiam aparecer apenas em seus devidos planos) e ações que desafiariam as
leis da física através da magia. Os Poderes poderiam ser manifestados
livremente no Mundo Físico sem gerarem perturbações nos adormecidos (com limitação nos efeitos de acordo com
cada ser, mas alteraria drasticamente a dimensão [de acordo com o nível de
cada Poder e a força de cada Grau]). Nota importante: estes seres fantásticos são
permitidos no Mundo Físico por leis que elevam o estado espiritual de todos
os seres do planeta ou não seriam aceitas suas manifestações.
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4
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Transformações e metamorfoses só seriam permitidas
quando não houver perda de coerência com os fatos do jogo. Os Senhores das
Trevas e Os Deuses dos Planos Superiores poderiam se manifestar no Mundo
Físico em suas formas reais sem alterarem completamente toda estrutura da
dimensão (pois antes as Leis que regem
os Cosmos impediriam a isto [mas ainda são submetidos à dimensão que eles
chegam]). A morte do personagem (perda
do personagem em sua atual reencarnação) só seria permitida perante um
julgamento ou diante de fatos especiais para provar sua honra e coragem (com o sucesso nos eventos o personagem
retornaria a vida). Poderes e magias possuiriam ação livre no Mundo
Físico, sem tormento imediato nas leis que a regem (as conseqüências surgiriam futuramente no mundo), com efeitos
distintos dos poderes em objetos, organismos, fenômenos da natureza etc.
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5
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Neste ponto as leis do mundo físico passariam
a se confundir. Pedras, plantas e objetos poderiam
falar, andar e se comportariam como seres racionais (como num desenho animado). A lei que dominaria seria da
“Eterna Transformação da Natureza”, onde todos os seres seriam interpretados
contendo uma semi-imortalidade (seria
fácil haver metamorfoses de humanos em animais, mesclas com outras raças ou
mortes de personagens convertidas em estágios de evolução ou involução de
outras raças). O personagem apenas morreria em casos extremos (morte está que promoveria a criação de uma
nova ficha). Poderes e magias competiriam juntamente com ações normais,
tendo em certos momentos à razão, à honra, à fé, à coragem e à força de
vontade mais fortes que qualquer magia.
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6
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Haveria manifestações de dimensões uma nas
outras sem a violação das leis e das limitações que as regem (como óleo e água, não se misturam e não
trocam entre si os elementos, mas podem conviver juntos). Se o personagem
viesse a se transformar em uma abelha, seriam como elas, pois estaria
submetido às leis que reinam o mundo das abelhas (mas não perderia a razão pelo instinto e nem mudaria a personalidade).
Humanos e peixes conviveriam juntos no mesmo plano, mas os peixes se moveriam
pelo ar em suas bolhas de água ou os humanos em suas bolhas de oxigênio (estas limitações seriam anuladas apenas
com magia). Cenários de natureza celestial ou de pesadelos cheios de
trevas invadiriam o Mundo Físico, mas sem dominar a dimensão invadida. Os
seres ainda seriam semi-imortais (como
na regra do ponto anterior). O Mundo da Magia ganharia maior amplitude em
suas manifestações em outras dimensões, simultaneamente, mas estaria
submetido a desafios ainda maiores através da individualidade exteriorizada dos
seres de cada dimensão.
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7
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Aqui as dimensões se mesclariam, sem
obedecer à limitação e as leis entre os planos. A partir deste ponto todos os
personagens passariam a ser imortais (a morte [simbólica] seria interpretada como uma forma de transição
entre um plano a outro ou como uma forma de metamorfose para formas mais
inferiores ou formas especiais que demonstram a potência da alma do
personagem). Haveria com facilidade peixes voando, exércitos humanos
lutando debaixo do mar sem perderem o fôlego e sem se molharem, cidades e
pessoas sendo moldadas pela fumaça ou pela areia e aventuras dentro do corpo
de alguém como se fosse do lado de fora. Não haveria diferenças entre o grande
e o pequeno ou entre os seres terrestres e os aéreos, a dualidade das coisas
perderia o sentido. Poderes e magias teriam ações extremamente significativas
no mundo, mesmo os mais fracos moldariam as coisas como se estivesse soprando
sobre bolhas de sabão. Mas sentimentos, temores, felicidades, pensamentos,
perturbações se exteriorizariam em fatos concretos, não propositalmente, mas
sim como um ato natural de todas as coisas (este seria um grande desafio para o mundo da magia ou para
identificação de quem seria seu adversário entre as manifestações
mentais/emocionais dele).
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8
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No nível anterior os pensamentos e sentimentos
eram passivos entre os seres comuns, agora eles são tão efetivos quanto
qualquer magia ou poder (tendo ação
voluntaria de quem os controlassem através da ira, vingança, alucinações,
devaneios, medo, alegria e etc). A criatura estaria apenas restrita dento
da região que poderia atuar/criar/imaginar (casa, cidade, países ou continentes [dependendo da força do
Gr.Mental, quanto mais pontos maior o raio de ação]). Suponha-se que
seres de maior poder mental sobreviveria num ambiente destes. Durante a
narração não haveria explicação exata se os seres que participariam da
aventura estariam vivos ou mortos, acordados ou sonhando, se estariam
enfrentando inimigos ou ilusões. Mesmo que a mente de todas as criaturas
distinguisse o limite do campo de sua atuação, dentro deste alcance a
imaginação não haveria limites e os participantes de uma aventura tão surreal
dependeriam do Gr.Mental de cada um e do Nível de Fantasia que os
representassem (alem de todos os
elementos da ficha também ter seu papel, mas dentro do limite estimulado do
cenário criado a cada momento). A aventura ocorreria dentro de mundos
restritos, como bolhas espalhadas em todos os lugares que se vá, cada uma com
suas próprias regras, cenários, desafios; controlados individualmente ou
coletivamente por todos os seres do planeta, ao mesmo tempo. Por exemplo: se
um personagem caísse em queda livre ao lado de um prédio e o mesmo estivesse
lotado de pessoas, a cada andar que ele passaria entraria num mundo
diferente, até alcançar o solo (ou no
primeiro mundo que invadisse ali ele ficaria, por causa que permaneceria
restrito dentro do universo de alguém sonhando ou pensando ou imaginando etc).
Nota
importante: este é o último nível onde a ficha teria algum significado, o seu
uso e o ganho de pontos, mas estaria restrito dentro do mundo de cada
individuo do planeta (as regras do jogo
não permitem jogadores ganharem méritos na ficha apenas com a força do
pensamento, através da imaginação).
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9
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Os pensamentos e os sentimentos moldariam o mundo.
O espaço e o tempo perderiam sentido de coesão. Não haveria mais limites para
o Mundo da Magia, nem no Mundo das Emoções e nem no Mundo da Mente. Uma gota
d´agua do outro lado do planeta teria poder suficiente de provocar um
dilúvio. O personagem poderia levar um golpe e ele se dividiria em centenas
de pedaços, como cacos de vidros, cada uma das novas partes dele seriam suas
copias em miniaturas. Ao cair num buraco à queda seria infinita ou
atravessaria o planeta, saindo do outro lado ileso. O planeta poderia ser uma
fruta e uma grande faca o cortaria dividindo-o em dois, não alterando em nada
em sua constituição. O sistema solar poderia ser uma grande mesa de sinuca e
os planetas as bolas. Este é um cenário sem limites, onde só haveria motivo
de interpretá-lo num jogo de RPG com intuito simbólico (a ficha do jogador possuiria ação mínima ou perderia sentido em
usá-la).
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10
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Caos total... O Impossível aqui habita. Onde o
Tudo e o Nada se encontram e o Começo e o Fim convivem juntos. Personagens,
fichas, regras, dados não possuiriam significado algum. Nem a historia da
campanha existe neste caos. Neste caso qualquer manifestação do personagem ou
alteração da ficha não possuiria significado algum e nem seria valido o uso
de seus pontos. (A narração seria uma
repetição eterna de eventos ou uma brincadeira de jogo de palavras com um
contesto sem fim).
Exemplo
de narração do Caos: ...um duende sorriu dizendo “PUFF” e todos no universo
declararam guerra. Alguém escreveu uma palavra impronunciável no solo e as
suas letras voaram pelo céu, proclamando paz no aquário (que antes era o
universo). Uma criança começou a chorar e um pequeno Sol nasceu de seu bolso,
até a Lua esboçou um sorriso ao ouvir os gritos do parto. Desistindo de
brincar, a criança catou todos os seus brinquedos e em seguida desceu com a sua
bicicleta a colina de papel higiênico. Mas no céu um gigante estava brincando
com a ave Fênix e uma das suas penas adentrou em sua narina, com um espirro o
titã escorregou destruindo a bicicleta da criança fazendo-a cair com o rosto
na lama, diante dele um duende sorriu dizendo “PUFF” e todos no universo
declararam guerra...
...isto não haveria fim...
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Todas as regras do
jogo estão fundamentadas no Nível de Fantasia 3 – Narração do Dia e Cenários – as
oscilações dos níveis desta regra alteram severamente a composição das regras
do jogo modificando danos, raças, composições orgânicas, formas materiais e
espirituais, dentre outros.
Segue adiante um
claro exemplo de uma cidade sendo submetida ao Nível de Fantasia dentro do
campo metafórico:
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(EM CONSTRUÇÃO)
Gostei, primeira vez que vejo isso em grau, nota-se a clara evidencia de uma hierarquia ao próximo da realidade.
ResponderExcluirvlW (y)'/§\ Thay.Narrador